Nascido em março de 1967, filho de um guitarrista que descrevia como “drogado e maluco", mas “um grande músico”, WIlliam Patrick Corgan nunca foi a mais escorreita das estrelas rock dos anos 90. Numa era marcada pelos sons do grunge, acrescentava ao caldeirão da sua banda, os Smashing Pumpkins, pozinhos de dream pop e psicadelismo, fruto da paixão melómana por bandas intemporais como The Cure ou Pink Floyd. A sensibilidade que incutia às canções, e que convivia harmoniosamente com riffs de grande raiva elétrica, distinguia o grupo que formou com James Iha, D'Arcy Wretzky e Jimmy Charberlin dos seus companheiros de carteira, geração de Seattle à cabeça. Ainda assim, o eternamente insatisfeito Billy Corgan parece ter-se sentido sempre aquém, ou à parte, dos seus contemporâneos. Em 1995, recordava assim a digressão de promoção a “Gish”, o primeiro álbum dos Smashing Pumpkins, lançado em 1991: “Andávamos em digressão e esgotávamos os concertos todos. Tudo a correr bem, espetacular. De repente, boom! Os Nirvana. Passámos de futuras estrelas para banda que já tinha passado do prazo. As pessoas diziam-nos: 'se vocês eram assim tão bons, [o sucesso dos Nirvana] devia ter-vos acontecido a vocês.”
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30 anos de “Siamese Dream”, dos Smashing Pumpkins: como uma banda em convulsão gravou um dos clássicos do rock dos anos 90
Em 1993, Billy Corgan levava a sua banda para Atlanta, no estado norte-americano da Geórgia, para afastar o baterista Jimmy Chamberlin das “más influências” de Chicago e gravar o segundo álbum dos Smashing Pumpkins. A braços com uma depressão, o timoneiro do grupo teve também de lidar com o final da relação de James Iha e D’Arcy, a pressão da editora e o seu perfeccionismo obsessivo. O resultado é o disco que eternizou ‘Today’ e ‘Disarm’ e conheceria impacto enorme dos dois lados do Atlântico: a 17 de agosto os Smashing Pumpkins foram pela primeira vez capa do jornal BLITZ. Os anos 90 recebiam de braços abertos os novos ídolos do rock alternativo