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Câmara do Porto propõe adaptar escola para acolher salas de ensaio do centro comercial STOP

Rui Moreira voltou a propor adaptar o Silo Auto para receber os músicos que ensaiavam e gravavam no STOP, tendo também apresentado uma segunda hipótese: a adaptação da Escola de Pires de Lima, a cerca de 200 metros do centro comercial

Depois do encerramento, esta terça-feira, das lojas que serviam de sala de ensaio e estúdio de gravação de numerosos músicos, no centro comercial STOP, no Porto, o presidente da autarquia, Rui Moreira, reuniu-se esta manhã com a Associação Cultural de Músicos do STOP, propondo alternativas.

Segundo o “Jornal de Notícias”, Rui Moreira voltou a propôr adaptar o Silo Auto para receber os músicos que ensaiavam e gravavam no STOP, e apresentou uma segunda hipótese: a adaptação da Escola de Pires de Lima, a cerca de 200 metros do centro comercial. Na próxima segunda-feira, haverá uma visita à mesma, com os artistas e o vereador da Economia, Ricardo Valente.

Na reunião desta quarta-feira, Rui Moreira afirmou: “Temos perfeita consciência da importância do ecossistema que tem vindo a funcionar há muitos anos no STOP”, lembrando porém que há muito eram conhecidos os problemas de segurança do espaço, nomeadamente o perigo de incêndio. O autarca admitiu o interesse do município em adquirir o centro comercial, plano que diz ser inviabilizado pela dificuldade em contactar os mais de 100 proprietários do espaço, muitos a viver no estrangeiro. Segundo o “JN”, Rui Moreira garantiu que não autorizará a instalação de um hotel no edifício da Rua do Heroísmo.

Após o fecho de mais de 100 salas do centro comercial, esta terça-feira, muitos músicos manifestaram-se nas redes sociais e na imprensa. Os Mão Morta mostraram-se solidários para com os músicos afetados por uma ação que consideram “mais perniciosa” do que teria sido a compra do Coliseu do Porto pela IURD, em 1995; Pedro Abrunhosa apelou a uma intervenção financeira do Ministério da Cultura e Capicua escreveu: “O Porto podia ser uma cidade incrível. Tem massa crítica, carisma, artistas incansáveis e uma beleza ímpar. O problema é que escolhe sempre tecnocratas provincianos como autarcas. Era uma cidade. Hoje é a sede da Remax”.