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A música que PJ Harvey não sabia que tinha dentro de si: já ouvimos “I Inside the Old Year Dying”, o novo álbum

Acompanhada pelos fidelíssimos John Parish e Flood, em “composição colaborativa” sob a sua “ditadura benévola”, PJ Harvey parte de “Orlam”, obra de poesia narrativa que publicou em 2022, para chegar ao décimo álbum da carreira, que sai dia 7. Já o ouvimos

Na base de “I Inside the Old Year Dying” estão textos que PJ Harvey escreveu ao longo dos últimos oito anos
Steve Gullick

Corscombe é uma pequena aldeia de 445 almas do condado de Dorset, no Sudoeste de Inglaterra, sobre a costa do English Channel. Após os três primeiros curtos parágrafos que a Wikipédia lhe dedica, no quarto e último de uma única linha lê-se: “The musician Polly Jean Harvey is a former resident.” Na verdade, tornou-se apenas o polo de residência que alterna com Londres e, de modo algum, perdeu a importância de casulo no interior do qual se formaria PJ Harvey. Crescendo no meio de ovelhas, vacas, galinhas e cães na pequena quinta dos pais, contava no ano passado ao “The Guardian”: “Era maravilhoso. O meu irmão e eu tínhamos toda a liberdade de vaguear e brincar por lá. Vivíamos na nossa imaginação. E os nossos fantásticos pais encorajavam-nos a fazê-lo.” Aproximando mais a memória, “desde muito cedo tivemos consciência do ciclo da vida e da morte e rapidamente aprendemos esse ritmo. Dorset é luminoso e escuro, o êxtase e a melancolia. Se estivermos no cume de Eggardon Hill, sentimos o coração abrir-se à beleza. Mas, se andarmos por um vale sem muita luz, apercebemo-nos de uma lindíssima melancolia. A natureza é crucial para a regeneração do meu espírito”.

Este é um artigo do semanário Expresso. Clique AQUI para continuar a ler.