Quando foi anunciada, em setembro do ano passado, a visita dos Rammstein ao Estádio da Luz, marcada para a próxima segunda-feira, 26 de junho, alegrou os muitos fãs portugueses, que correram a comprar bilhete para esta paragem da digressão de “Zeit”. Afinal, há dez anos que a banda de ‘Du Hast’ não atua em Portugal (o último concerto aconteceu em 2013, um mês antes de o Pavilhão Atlântico passar a Meo Arena) e a vontade de rever Till Lindemann e companhia era muita – tanta que, segundo a promotora do espetáculo, a Prime Artists, bastaram 24 horas para que 35 mil bilhetes “voassem” e o terceiro balcão do estádio fosse, também, disponibilizado para acolher mais espectadores. A cerca de um mês da chegada dos Rammstein a Portugal, a digressão arrancou na Lituânia e, à exceção de uma queda do vocalista em palco, tudo parecia correr como previsto, entre a habitual pirotecnia, os temas do novo álbum e várias ‘repescagens’ de uma discografia cujo debute remonta há quase três décadas, com “Du Riechst So Gut” (em português, “tu cheiras tão bem”), de 1995. Foi em junho que tudo mudou no reino dos Rammstein, uma das raras bandas alemãs a ter conquistado sucesso em todo o mundo. Bastou uma denúncia de uma fã norte-irlandesa, que diz ter sido drogada pela equipa da banda antes do concerto na Lituânia, para que uma série de outras mulheres partilhassem experiências semelhantes.
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A queda de Till Lindemann, o homem que sempre brincou com fogo e agora pode queimar os Rammstein
Há muito ausentes dos palcos nacionais, os Rammstein regressam segunda-feira para um concerto no Estádio da Luz. Porém, mais do que a pirotecnia, é a polémica em torno das acusações de abuso sexual imputadas a Till Lindemann que se ouve mais alto. Investigado em dois países e alvo de manifestações à porta de concertos, o vocalista é escrutinado pela imprensa, deixou de ser apoiado pelos companheiros de banda e pôs em alerta o governo da Alemanha. O que contam as alegadas vítimas, de que é acusado e como se defende o músico de 60 anos? A história completa de um #MeToo do rock