Menos de um ano depois de se estrear em palcos nacionais, no festival de Paredes de Coura, a britânica Arlo Parks regressou com música nova para apresentar. E se se recordava bem do concerto de 2022 como um dos melhores da sua vida, o deste final de tarde no palco principal do Primavera Sound Porto parece não lhe ter ficado atrás, com a artista a deixar rasgados elogios ao empenho do público que a apoiou apesar da chuva que caiu copiosamente durante grande parte da atuação.
Abrindo exatamente da mesma forma como inicia o novo álbum, “My Soft Machine”, com o intenso expirar de ‘Bruiseless’, Parks ainda conseguiu afugentar as nuvens durante uns bons minutos com a sua voz suave e um sorriso radiante. Embalou-nos com a irrequietude controlada de ‘Weightless’, agitou os ânimos com uma expansiva ‘Blades’ e baixou o volume com ‘Black Dog’, recuperada ao muito elogiado disco de estreia, “Collapsed in Sunbeams”, e escrita para um amigo que estava a passar por um mau bocado.
“Porto, como se sentem?”, questionou, a dado momento, “muito obrigado por nos receberem. Estou muito entusiasmada por fazer isto com vocês. Vamos a isso!”. Instantes mais tarde, depois de se entregar à envolvência de ‘Caroline’, elogiava a participação acalorada dos admiradores que se concentravam mais perto do palco (“Cantaram muito alto! Obrigado”).
A intensidade da receção a ‘Hurt’ levou-a a atualizar algo que tinha dito antes: “Estava a falar com a minha banda e a última vez que viemos cá acabou por ser um dos melhores concertos da minha vida: quem sabe se este não será o melhor” – “Obrigado, Porto. Vocês são os melhores. É oficialmente o melhor concerto de sempre”. Para o final, Parks reservou ainda um convite à dança intitulado ‘Too Good’, a intensidade instrumental de ‘Devotion’ e a elegância eletrónica de ‘Softly. “Sinto-me muito feliz e queria agradecer-vos por me fazerem tão feliz”, rematou no final.