São duas as filhas adolescentes – e a possibilidade de serem gémeas até é acentuada pela roupa condizente: top rosa e calças brancas –, mas só uma delas é insistentemente fotografada pela mãe. A pose é mais ou menos a mesma de cada vez: um braço no ar, sorriso que só se arma no momento que precede o clique e que se desfaz logo depois. A repetição incessante da pose e do clique terá que ver com a luz, com o enquadramento, com os ditames do momento nas redes. “Ainda não está bem”, insiste a mãe. E a filha acede. A outra não está nem ali, como diz a canção.
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“OMG, quem me dera estar aí”: o que vemos quando vamos ver Coldplay?
Um concerto de Coldplay é, em certo modo, uma central elétrica não poluente: a pulseira que responde ao pulsar da música faz de cada pessoa um elemento ativo do espetáculo, há esferas que sobrevoam o público movidas por uma energia coletiva, vozes que amplificam refrões ao rebate da generosidade dos pulmões. Cada pessoa está aqui para fazer a sua parte e, por um par de horas, o mundo parece realmente diferente