Em 2022, assistimos a novos álbuns de bandas como The 1975, Arctic Monkeys, Big Thief, Black Midi, Soccer Mommy ou, entre outros, a estreia das Wet Leg. Parece um bom bouquet. Mas – e no que à indústria diz respeito este é mesmo um grande MAS – o rock está neste momento ligado à máquina quando se pensa exclusivamente na sua saúde comercial.
A dimensão do problema é comprovado pelo ‘electrocardiograma’ da música popular oferecido pela revista “Billboard”, uma contabilidade vertida para um balanço que poderá surpreender quem acredita que o ‘barulho’ gerado com guitarras elétricas, amplificadores, baterias e algum ranger de dentes ainda é o mais vital de todos: a tabela Billboard 200, que lista os discos com melhor comportamento nas tabelas de vendas norte-americanas só regista este ano duas entradas no segmento rock – os álbuns “Mercury – Act 1”, dos Imagine Dragons, e “Mainstream Sellout”, de Machine Gun Kelly, respetivamente nos lugares 98 e 146 de uma tabela que está vergada à tremenda força comercial de artistas como Bad Bunny, Taylor Swift ou Harry Styles.
Há outras métricas relevantes neste “check up” da Billboard à música popular: a lista que agrega as canções com melhor desempenho nas plataformas de streaming tem que passar por nomes como Glass Animals (cuja viral “Heat Waves” somou mais de 2 mil milhões – leram bem! – de plays só no Spotify), Harry Styles, Kodak Black, Future, Bad Bunny, Jack Harlow ou The Weeknd antes de chegar, à 34ª entrada, a ‘Enemy’ dos Imagine Dragons tema que, ainda assim, conta com a participação do rapper JID. Quem terá dado boleia a quem?