Em “Renegades: Born In The USA”, o belíssimo livro que regista as oito conversas entre Bruce Springsteen e o ex-presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, a certa altura, Springsteen revela: “Só comecei a conduzir aos 24 anos. Andava à boleia para todo o lado. Não tinha carta e não sabia conduzir. Ia para a estrada, só eu e o meu polegar. Durante dez anos, desde os meus 14, andei sempre à boleia. Lancei dois álbuns mas não tinha carro. Não sabia reparar um carro, caso se avariasse. Porém, sabia o que um carro era, aquilo que simbolizava...”
Exclusivo
Bruce Springsteen, o magnífico impostor
Escreveu sobre os infinitos ‘highways’ americanos, mas tarde veio a conduziu um carro. Nunca teve um “emprego sério”, mas afirmou-se como voz da ‘working class’. “À vossa frente, está um homem que teve um imenso e absurdo sucesso escrevendo acerca daquilo sobre que nunca teve a mínima experiência pessoal. Inventei tudo”, diria, com bom humor, há uns anos. Agora é diferente: se a soul clássica teve uma origem cultural bem específica, é hoje património coletivo. Bruce Springsteen sabe disso muito bem e prova-o em “Only the Strong Survive”