Em 1986 os Xutos & Pontapés eram um verdadeiro barril de pólvora prestes a explodir de popularidade. Com oito anos de estrada em cima e um historial ferozmente independente que os tinha levado a inscrever edições em selos como a Rotação, Fundação Atlântica e Dansa do Som, os Xutos & Pontapés estavam prontos para voos mais altos. Havia vontade da Valentim de Carvalho que tangencialmente tinha lidado com o grupo de ‘Remar Remar’ através da Fundação Atlântica de Pedro Ayres Magalhães e Miguel Esteves Cardoso. Mas após tanto tempo na estrada, após várias soluções de compromisso em estúdios que não conseguiam traduzir com a fidelidade desejada a força que sabiam ser capazes de conjurar em palco, os Xutos tinham pressa, tinham urgência em dar o salto.
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“Estávamos cheios de pica e sabíamos que ia ser um sucesso”: a história de “Circo de Feras”, o disco em que os Xutos acabaram com a maldição
Em 2013, nas páginas da BLITZ, a memória prodigiosa de Zé Pedro lançava luz sobre o disco que mudava o rumo da carreira dos Xutos & Pontapés, terminando com “a reputação de banda alternativa e maldita” – palavras de Tozé Brito, o homem que não teve medo de os contratar. Esta quarta-feira, já sem o saudoso autor de ‘Não Sou o Único’, os Xutos regressam a 1987 no primeiro de cinco concertos no Teatro Tivoli em torno de “Circo de Feras”. Contamos a sua história