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Há 30 anos, o mundo estremecia com os Rage Against the Machine: a história de um álbum-barril de pólvora

Zack de la Rocha, Tom Morello, Tim Commerford e Brad Wilk ensaiaram um regresso em julho passado: o plano era voltar à estrada com os temas de protesto que lhes cimentaram a reputação, mas o tendão de Aquiles do vocalista cedeu. Em 30 anos, foi mesmo a única coisa que cedeu. A música, essa permanece tão urgente e poderosa como no dia em que foi lançada. Voltamos a 1992 e a uma das mais bombásticas estreias de sempre na música

Rage Against the Machine em 1993
Getty Images

Foi a 3 de novembro de 1992 que o homónimo e explosivo álbum de estreia dos Rage Against the Machine (RATM) foi lançado, precisamente no mesmo dia em que Bill Clinton derrotou George H. W. Bush tornando-se o 42º presidente da América. E há 30 anos, o mundo não era um lugar assim tão diferente do que hoje conhecemos. Se nalguns locais de Los Angeles, a cidade onde Tom Morello, Tim Commerford, Brad Wilk e Zack de la Rocha criaram a banda, ainda eram visíveis os efeitos dos violentos protestos de finais de abril que se seguiram à absolvição dos agentes julgados pelo espancamento de Rodney King, a verdade é que nas ruas de Berlim, poucos dias após o lançamento do álbum com a icónica capa do monge que se imolou, centenas de milhar marchavam contra o racismo e a violência perpetrada contra os imigrantes. Essas tensões geradas entre realidades amargas e aqueles que procuram de alguma forma mudar o mundo parecem continuar bem vivas…