Feist, que deveria abrir os concertos dos Arcade Fire na sua presente digressão europeia, anunciou que vai abandonar a tournée, explicando numa longa mensagem que a sua decisão se prende com as acusações de conduta sexual imprópria feitas contra Win Butler, vocalista da banda.
“Estava num pub em Dublin, depois de ensaiar com a minha banda, quando li a mesma notícia que vocês”, escreveu a cantora-compositora. “Não tivemos tempo para nos prepararmos para o que aí vinha, muito menos para não atravessarmos o oceano. Isto tem sido incrivelmente difícil para mim e nem imagino para as pessoas que fizeram as acusações. Acima de tudo, quero que todos os afetados fiquem bem.”
Para Feist, o diálogo que esta notícia gerou “é maior do que eu, maior do que as minhas canções e certamente maior do que qualquer digressão. Ficar na digressão significaria que estou a defender o Win Butler ou a ignorar o mal que ele fez, e abandoná-la faria de mim o juiz [da situação]”.
Feist diz ainda que, “como toda a gente”, já passou por situações de masculinidade tóxica, misoginia ou assédio sexual. “Esta situação toca-nos a todos e não há uma só forma de nos curarmos, nem uma só forma de reabilitar os abusadores. Não posso resolver nada abandonando a digressão, e não posso resolver nada ficando. Mas não posso continuar.”
Os Arcade Fire têm dois concertos marcados para o Campo Pequeno, em Lisboa, a 22 e 23 de setembro. Feist era a artista da primeira parte.
Em outubro, a banda tem várias datas nos Estados Unidos, com Beck na primeira parte.