O mundo está a mudar. A música está a mudar. Até as drogas estão a mudar. Não podes ficar aqui o dia todo, a sonhar com a heroína e o Ziggy Pop.” Assim falava, em 1996, Diane, a namorada de Mark Renton, junkie supremo do filme “Trainspotting”, um retrato por vezes hilariante da vida nada glamorosa de um grupo de toxicodependentes de Edimburgo, na Escócia. Protagonizado por Ewan McGregor, naquele que foi o seu primeiro grande papel, Mark Renton não se ficava, corrigindo a namorada: “Não é Ziggy, é Iggy.” Perante o desdém de Diane (“Não interessa, já morreu”), o fã ressente-se, uma vez mais: “O Iggy Pop não morreu. Andou em digressão no ano passado. O Tommy foi vê-lo.”
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Iggy Pop está mais vivo do que nós: uma lenda na última noite do EDP Vilar de Mouros
Mais do que um sobrevivente, é uma lenda. Ou, nas suas próprias palavras, um mito – que a curiosidade pelo que é novo ajuda a manter vivo. Aos 75 anos, James Newell Osterberg Jr. é o jovem da noite na despedida do EDP Vilar de Mouros 2022