Parecia que ainda ontem os tínhamos visto numa Altice Arena bem recheada – 2018 foi ontem, não foi? – mas já estavam ali, de novo, à nossa frente. E com um disco novo para promover. Os britânicos Alt-J tornaram-se uma das bandas mais acarinhadas pelo público português desde que se estrearam, no ido ano de 2012, com o álbum “An Awesome Wave” e subiram esta noite pela quarta vez ao palco no NOS Alive. Nunca se desviando muito de uma fórmula que junta de forma bastante improvável, mas certeira, momentos acústicos a eletrónicas pouco tímidas, sempre com uma boa dose de psicadelismo à mistura, o trio de Leeds mostrou que sabe bem que trunfos jogar. E não se deixou melindrar pela debandada que se verificou depois do concerto de Florence + The Machine.
Para cada canção de “The Dream”, editado em fevereiro passado, os Alt-J serviram outro tema bem conhecido, pelo menos daqueles que não arredaram pé: um hipnótico ‘Tesselate’, umas belíssimas ‘Matilda’ e ‘Something Good’, ‘Fitzpleasure’ e, no final, claro, ‘Breezeblocks’ fizeram-nos entrar numa cápsula do tempo que nos levou diretamente a 2012. Claro que as novidades não envergonham ninguém – ‘U&Me’ não destoa daquilo que a banda fez para trás; ‘Chicago’ chega munido de guitarras irrequietas e batidas intensas -, mas os ânimos só se exaltaram para lá das canções do primeiro disco quando se ouviu uma matadora ‘In Cold Blood’ ou uma efervescente ‘Every Other Freckle’.
O que os Alt-J fizeram esta noite no NOS Alive foi ingrato: encerrar um palco depois do furacão Florence nunca saberia a sobremesa, mas também não soube bem a after-party. Competente, jogando as suas melhores cartadas, o trio esforçou-se por comunicar com um público de convertidos que só não correspondeu mais porque o cansaço de um dia de muito calor já não permitiu.