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Entrevista com Wet Leg, a banda-sensação do indie britânico: “Tocar guitarra mais alto ajudou-nos a ocupar mais espaço enquanto mulheres”

Duas miúdas da Ilha de Wight, em Inglaterra, fazem furor no rock independente dos primeiros meses de 2022. Em Lisboa, Rhian Teasdale e Hester Chambers falaram com a BLITZ sobre o seu primeiro álbum, casa do êxito ‘Chaise Longue’, e do concerto que deram no final de 2021 em Portugal, que consideram ter sido “um marco” para a banda. “Foi ótimo ver tantas caras felizes”

Wet Leg
Rita Carmo

Fazia um vento frio na manhã em que encontrámos Rhian Teasdale e Hester Chambers, as duas metades das Wet Leg, num hotel no centro de Lisboa. Foi em fevereiro que nos sentámos a conversar com as duas tímidas amigas e companheiras de banda sobre a sua ascensão meteórica e os desafios que se colocam às mulheres que fazem música.

Estiveram em Lisboa no final de 2021, atuando no festival Vodafone Mexefest. Apesar de ainda não terem disco lançado, nessa altura, foram recebidas em êxtase pelo público. Ficaram surpreendidas?
Hester: Foi muito divertido! Não sabíamos o que esperar, mas já tínhamos ouvido dizer que o público português era fantástico. E foi ótimo ver tantas caras felizes.
Rhian: Tínhamos vindo de Paris, onde tocarámos na noite anterior. Acho que me vou lembrar desse concerto em Lisboa durante muito tempo, porque foi um marco para nós.

O vosso primeiro single, 'Chaise Longue', tornou-se um êxito viral, mal foi lançado, no verão de 2021. Esperavam um fenómeno desses?
Rhian: Foi bastante intangível. Ainda havia restrições [da covid], e as pessoas da editora iam-nos dizendo: “Olhem, os números estão muito bons!”
Hester: A cultura viral é uma realidade, por isso não é estranho ver um conteúdo ganhar números gigantescos [de visualizações]. Não é que estivéssemos à espera que acontecesse, mas...