ARQUIVO Dívida

Dívida portuguesa: juros a 3 anos em valor anterior ao pedido de resgate

As yields das obrigações do Tesouro a 3 anos no mercado secundário desceram abaixo de 10% e fecharam em 9,60%, num valor anterior ao pedido de resgate no início de abril de 2011. Todos os juros dos títulos portugueses fecharam em baixa.

Jorge Nascimento Rodrigues (www.expresso.pt)

As yields (juros) das obrigações do Tesouro (OT) português a médio prazo no mercado secundário continuam a descer, segundo dados da Bloomberg. Não estão a sofrer efeito de contágio da crise bancária espanhola, como acontece com os títulos italianos.

Ao final a manhã, os juros das OT no prazo a 3 anos desceram para 9,98%, abaixo do patamar dos 10%, o que não acontecia desde que o anterior governo português anunciou o pedido de resgate a Bruxelas. Este nível de juros no mercado secundário é inferior ao verificado aquando do pedido de resgate no princípio de abril de 2011. Fecharam, ainda, mais abaixo, em 9,60%.

Também os juros das OT no prazo a 2 anos desceram, de novo, abaixo dos 10%, nível em que estavam antes da alteração a 24 de maio do benchmark usado pela Bloomberg. Fecharam em 9,66%. Em maio chegaram a valores no patamar dos 7%, que já não se observavam desde o pedido de resgate.

Os juros das OT a 5 anos continuam acima de 12%, mas os juros no prazo a 10 anos continuam a descer no patamar dos 11%, tendo fechado em 11,06%.

Também, a probabilidade de incumprimento da dívida portuguesa desceu para um nível abaixo de 60%. Fechou em 59,47%, segundo dados da CMA DataVision. No início da semana fechou em 62,44%, verificando-se, por isso, uma tendência descendente nítida.

Em virtude do agravamento do risco para a Argentina, Portugal voltou ao 4º lugar no "clube" dos candidatos a bancarrota. O aumento das barreiras alfandegárias na Argentina à importação de bens de capital provenientes de fora do Mercosul (Mercado Comum do Sul que abrange Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai) a partir de 1 de julho agravou a perceção dos investidores internacionais sobre o país, onde um controlo de capitais exercido em relação ao dólar tem provocado reações muito negativas.