As yields (juros) das obrigações do Tesouro (OT) português a médio prazo no mercado secundário continuam a descer, segundo dados da Bloomberg. Não estão a sofrer efeito de contágio da crise bancária espanhola, como acontece com os títulos italianos.
Ao final a manhã, os juros das OT no prazo a 3 anos desceram para 9,98%, abaixo do patamar dos 10%, o que não acontecia desde que o anterior governo português anunciou o pedido de resgate a Bruxelas. Este nível de juros no mercado secundário é inferior ao verificado aquando do pedido de resgate no princípio de abril de 2011. Fecharam, ainda, mais abaixo, em 9,60%.
Também os juros das OT no prazo a 2 anos desceram, de novo, abaixo dos 10%, nível em que estavam antes da alteração a 24 de maio do benchmark usado pela Bloomberg. Fecharam em 9,66%. Em maio chegaram a valores no patamar dos 7%, que já não se observavam desde o pedido de resgate.
Os juros das OT a 5 anos continuam acima de 12%, mas os juros no prazo a 10 anos continuam a descer no patamar dos 11%, tendo fechado em 11,06%.
Também, a probabilidade de incumprimento da dívida portuguesa desceu para um nível abaixo de 60%. Fechou em 59,47%, segundo dados da CMA DataVision. No início da semana fechou em 62,44%, verificando-se, por isso, uma tendência descendente nítida.
Em virtude do agravamento do risco para a Argentina, Portugal voltou ao 4º lugar no "clube" dos candidatos a bancarrota. O aumento das barreiras alfandegárias na Argentina à importação de bens de capital provenientes de fora do Mercosul (Mercado Comum do Sul que abrange Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai) a partir de 1 de julho agravou a perceção dos investidores internacionais sobre o país, onde um controlo de capitais exercido em relação ao dólar tem provocado reações muito negativas.