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O "lutador e peneirento" José Mota reencontra Paços de Ferreira

Com uma carreira de jogador e treinador dedicada ao Paços de Ferreira, o actual técnico do Leixões vai defrontar o seu antigo clube na 7ª jornada da Liga. (Visite o dossiê do Campeonato da I Liga)

Responsável e lutador, mas também peneirento e vaidoso, são algumas das características de José Mota, actual treinador de futebol do Leixões e uma das mais emblemáticas figuras das últimas duas décadas do Paços de Ferreira.

Nas vésperas de jogar pela primeira vez contra a sua equipa de quase sempre - o Paços de Ferreira -, José Mota preferiu não ser confrontado com entrevistas, apesar do constante assédio, mas os pacenses, pelas melhores ou piores razões, não esquecem o seu trabalho no clube da Capital do Móvel.

"Deixa seguramente a sua marca em Paços de Ferreira. Fica na história. É uma pessoa que se dedica de corpo e alma à causa e não admira que esteja a fazer este campeonato (o Leixões lidera a Liga, a par do Nacional da Madeira)", disse o presidente do Paços de Ferreira, Fernando Sequeira, à Agência Lusa.

Margarida Vieira, ferrenha adepta do clube e comerciante local, falou também à Agência Lusa sobre o ex-jogador e ex-treinador do emblema de Paços de Ferreira e não teve qualquer receio em ser incisiva nas declarações. "É um peneirento, para dizer a verdade. Um vaidoso. Ele armou-se um bocado e não precisava disso. Tentou levar o Paços à UEFA e desgraçou a equipa", disse.

José Albano Ferreira da Mota, nascido a 25 de Fevereiro de 1964, em Lordelo, Paredes, iniciou o seu trabalho como treinador principal do Paços de Ferreira na época 1999/00, conseguindo de imediato o título na Liga de Honra e a consequente subida ao principal escalão.

Antes disso e depois de 10 anos como jogador, Mota tinha sido técnico-adjunto de José Alberto Torres e Eurico Gomes, em 1997/08 e 98/99, respectivamente, também no Paços de Ferreira. Ao serviço do clube, Mota foi capaz do melhor e do pior: conseguiu dois sextos lugares (em 2002/03 e 06/07) e foi incapaz de evitar as descidas de divisão em 2003/04 e 2007/08, ainda que em esta última se tenha 'aguentado' na Liga principal, fruto da despromoção administrativa do Boavista.

O técnico, que entrou também para a história em 2006/07, com a conquista de um lugar na Taça UEFA - a primeira e até agora única presença do Paços na Europa do futebol -, decidiu no início de 2003/04 tentar uma experiência ao serviço do Santa Clara, então na Liga de Honra, mas acabou por regressar ao 'seu' clube a meio da época, não evitando a queda para o segundo escalão.

Agostinho Ribeiro, também adepto do clube, fala de José Mota como um dos "melhores treinadores" na história do Paços de Ferreira e não se surpreende pela posição agora ocupada pelo Leixões na Liga.

"É responsável, lutador, tem bastante garra naquilo que faz e incentiva os jogadores. Depois de sair é que lhe estão a dar valor. Aquilo que ele fez demonstra o que ele é capaz", disse à Lusa Fernanda Costa, adepta de Mota e do Paços de Ferreira.

António Ferreira, funcionário no bar do estádio da Mata Real, em Paços de Ferreira, diz que Mota é uma "pessoa espectacular", enquanto José Nunes lamenta a saída do treinador para o Leixões.

Leixões e Paços de Ferreira defrontam-se domingo, a partir das 16h00, em Matosinhos, num dos jogos da sétima jornada da Liga.

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