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Marco Fortes reafirma ter sido expulso da aldeia olímpica

O lançador do peso português reafirmou que foi expulso da aldeia olímpica nos Jogos de Pequim pelo chefe da missão portuguesa, no dia seguinte às declarações que fez a propósito da sua prova. (Visite o dossiê dos Jogos Olímpicos)

O lançador do peso português Marco Fortes reafirmou hoje ter sido expulso da aldeia olímpica nos Jogos Olímpicos de Pequim pelo chefe da missão portuguesa, no dia seguinte às declarações que fez a propósito da sua prova.

Em conferência de imprensa no Estádio de Alvalade, o lançador do Sporting apresentou fotocópias do plano de viagem e do bilhete de avião, que previa um regresso de Pequim a 27 de Agosto e que acabou por ser antecipado por decisão do Comité Olímpico de Portugal (COP).

"No dia seguinte ao da minha prova [16 de Agosto], fui chamado pelo chefe da delegação (Manuel Boa de Jesus), que me disse que, para manter o bom ambiente e estabilidade da restante equipa que ainda iria competir, eu teria que regressar de imediato a Lisboa", explicou.

Marco Fortes revelou que Boa de Jesus lhe disse que se tratava de uma decisão do COP, apesar de mais tarde este membro ter afirmado que não se tratava de uma exclusão, mas apenas de um não atendimento ao pedido do atleta em permanecer na aldeia olímpica.

"Para terminar de vez com esta questão, solicitei esta conferência de imprensa para esclarecer tudo. Um mês antes do Jogos, pedi para ficar em Pequim até final e logo nessa altura ficou resolvido que eu regressaria apenas no dia 27, com o resto da comitiva", acrescentou.

Na conferência de imprensa o atleta olímpico esteve ladeado por Moniz Pereira, vice-presidente do Sporting e há muito responsável pelo atletismo do clube, e que, convidado a pronunciar-se, se limitou a afirmar ter estranhado esta decisão.

"Não tendo estado em Pequim, não gostaria de fazer mais comentários. Só direi que houve um outro atleta que teria merecido regressar mais cedo, mas não vou dizer o seu nome", referiu.

Na origem deste caso estiveram as afirmações de Marco Fortes depois de ter sido eliminado na qualificação do lançamento do peso, com uma marca inferior em cerca de dois metros ao seu recorde nacional.

"De manhã, só é bom é na caminha", foi a expressão utilizada pelo lançador do Sporting, para ilustar que a hora matutina a que a prova se realizou não foi a mais favorável, e que provocou polémica, motivando o seu regresso a Lisboa.

"Nós, atletas, temos pouca visibilidade ao longo de quatro anos. E nos Jogos aparecem-nos jornalistas que não conhecemos e que não conhecem a nossa maneira de ser e de nos exprimirmos", explicou o lançador.

O lançador explicou ainda que as suas palavras foram "apenas um desabafo, tentando desdramatizar a situação que vivia naquele momento" e sublinhou ter tido um "castigo extremamente injusto", na medida em que não ofendeu ou agrediu alguém.

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