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Angola empata com Mali depois de estar a ganhar 4-0

Do céu ao inferno em apenas 15 minutos. Angola goleava o Mali por 4-0 aos 79 minutos de jogo, mas deixou-se empatar nos descontos da partida inaugural da Taça das Nações Africanas.

Mariana Cabral (www.expresso.pt)

"Na minha carreira de 32 anos de futebol foi a primeira vez que se passou alguma coisa assim", disse Manuel José, seleccionador angolano, no final da partida inaugural da Taça das Nações Africanas entre Angola e Mali, que acabou empatada a quatro golos.

A incredulidade do treinador português é compreensível. A selecção angolana vencia confortavelmente por 4-0 aos 79 minutos de jogo, mas não conseguiu segurar a vantagem, de forma inexplicável. Os "palancas" inauguraram o marcador aos 36 minutos através de um cabeceamento de Flávio, avançado do Al Ahly que já tinha sido treinado por Manuel José. Cinco minutos depois, numa jogada tirada a papel químico da anterior, Flávio voltou a cabecear para o fundo das redes e a dilatar a vantagem para 2-0.

O início da segunda parte trouxe mais dois golos para os angolanos, ambos de penalty. Aos 67 minutos marcou Gilberto e aos 74 foi a vez de Manucho.A goleada de 4-0 parecia garantir a vitória e deixou em delírio os cerca de 50 mil adeptos presentes no estádio de Luanda.

Minutos finais de pesadelo 

Mas, no futebol, tudo pode mudar num instante. Aos 79 minutos, a estrela do Mali, Seydou Keita (Barcelona), fez o 1-4. Aos 88 minutos, Kanouté reduziu para 2-4. Os angolanos começaram a ficar nervosos e recuaram no terreno, mas não impediram o terceiro golo dos adversários, apontado por Yatabaré no terceiro minuto de descontos. Os gritos de Manuel José do banco de suplentes angolano a aconselhar calma aos jogadores não surtiram efeito e, no quinto e último minuto de descontos da partida, Keita fez a igualdade.

A divisão de pontos fica a saber a mel para o Mali mas a fel para os angolanos. A selecção anfitriã da Taça das Nações Africanas volta a jogar na quinta-feira, perante o Malawi, e Manuel José já fez saber que pretende vencer para apagar a "profunda decepção".