Paulo Bento bem tentou, mas a verdade é que o Brasil não é um sítio onde o treinador português seja feliz: nem no Mundial-2014, com a seleção nacional, nem nos últimos dois meses, a liderar o Cruzeiro.
Foram 17 jogos sem glória: seis vitórias, três empates e oito derrotas. O balanço negativo, agravado pelo facto de o Cruzeiro já não vencer há cinco jogos e ocupar a penúltima posição do Brasileirão, levou o clube a demitir o treinador português.
"A decisão sobre a saída do profissional foi tomada numa reunião agora cedo pelo presidente Gilvan de Pinho Tavares", pode ler-se num comunicado divulgado no site oficial do Cruzeiro, um dia depois de perder em casa com o Sport Recife (1-2).
Domingo, Paulo Bento ainda acreditava que era possível "dar a volta por cima com mais tempo de trabalho", mas a contestação dos adeptos foi subindo de tom nas últimas semanas e o jogo contra o Sport Recife acabou com gritos de "burro", presumivelmente dirigidos para o técnico português.
Há dois meses em Belo Horizonte, Paulo Bento teve sempre vida difícil na liga brasileira. Os treinos à porta (quase) fechada e as sessões marcadas para as manhãs dos dias de jogo foram apontados como métodos de trabalho pouco comuns daquele lado do Atlântico, ao contrário do que acontece na Europa.