O Presidente do Equador, Rafael Correa, afirmou na noite de segunda-feira que está pronto para dialogar com o Reino Unido e com a Suécia para ser encontrada uma solução para o caso de Julian Assange, fundador do WikiLeaks.
"Estamos sempre abertos ao diálogo com os Governos da Grã-Bretanha e da Suécia", disse Rafael Correa numa entrevista divulgada na noite de segunda-feira pela ECTV, televisão pública do Equador, salientando que foi a "posição intransigente" de Londres e da Suécia que causou a crise.
O Presidente do Equador realçou que o Reino Unido e a Suécia nunca deram a garantia a Julian Assange de que não seria extraditado para os Estados Unidos, onde poderá ser julgado por o seu portal ter divulgado milhares de telegramas norte-americanos confidenciais.
Rafael Correa disse esperar uma "resposta clara e radical" da Organização dos Estados Americanos (OEA), que convocou uma reunião para discutir o caso Julian Assange. No fim de semana, os ministros dos Negócios Estrangeiros da União das Nações da América do Sul e da Aliança Bolivariana das Américas reafirmaram a sua solidariedade com o Equador.
O fundador do WikiLeaks, que se refugiou nas instalações consulares equatorianas na capital britânica a 19 de junho, obteve na quinta-feira da semana passada o asilo político do Equador.
No mesmo dia, as autoridades britânicas indicaram que o asilo concedido a Assange "não mudava nada" sobre a determinação de Londres de o extraditar para a Suécia, que o reclama pela acusação da prática de violação e agressão sexual.
No domingo, a uma varanda da embaixada do Equador em Londres, Julian Assange agradeceu a todos os que o têm apoiado e pediu ao Presidente Barack Obama para pôr termo à "caça às bruxas" contra ele e o seu site.
Julian Assange teme, caso vá para a Suécia, ser depois extraditado para os EUA para ser julgado por espionagem, depois da divulgação de centenas de milhares de telegramas diplomáticos norte-americanos pelo WikiLeaks, em 2010, correndo o risco de ser condenado à morte.