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Rosto dos cuidados paliativos candidata-se pelo CDS

Isabel Galriça Neto, presidente da Associação Portuguesa de Cuidados Paliativos, aceitou convite para ser deputada.

Isabel Galriça Neto, presidente da Associação Portuguesa de Cuidados Paliativos, vai ser candidata às eleições legislativas pelo CDS. A médica, que nos últimos anos se destacou como a principal referência do País em cuidados paliativos, candidata-se como independente integrada na lista de Lisboa, em lugar elegível.

A lista do CDS por Lisboa será liderada por Teresa Caeiro e, segundo o Expresso apurou, deverá incluir, também em lugar elegível, o actual líder parlamentar, Pedro Mota Soares, e o ex-secretário-geral João Rebelo.

Isabel Neto é professora da Faculdade de Medicina de Lisboa e é a responsável pela Unidade de Cuidados Continuados e Paliativos no Hospital da Luz. Já há algum tempo que vinha colaborando com o CDS, tendo ajudado Paulo Portas a definir as posições do partido em temas como os cuidados paliativos, a morte assistida ou o testamento vital.

Estes são alguns dos assuntos "fracturantes" que prometem marcar o debate político na próxima legislatura.

Em 2007, Isabel Neto foi a convidada para um debate promovido pelo CDS sobre cuidados paliativos, tendo na ocasião apresentado esta prática como uma resposta alternativa ao debate que então começava a germinar sobre a eutanásia. São "a perda de dignidade e do sentido da vida que estão na base do pedido de eutanásia", afirmou então a presidente da APCP, defendendo que os cuidados paliativos podem prevenir a opção por pôr fim à vida.

Radicalmente contra a eutanásia, Isabel Neto tem uma posição de abertura em relação ao testamento vital. E relaciona esta possibilidade com a recusa do encarniçamento terapêutico, ou seja, o uso de medicação ou tratamentos desproporcionados ou fúteis. "A medicina não tem que preservar a vida a qualquer custo", diz a médica.