O primeiro-ministro russo Vladimir Putin pediu hoje que sejam investigados os actos de "genocídio" cometidos pelas forças georgianas na república separatista da Ossétia do Sul, onde a Geórgia iniciou uma ofensiva militar.
Os testemunhos de refugiados da Ossétia do Sul "ultrapassam o limite da compreensão das acções militares", afirmou Putin, durante um encontro com o presidente russo Dmitri Medvedev, que foi transmitido em directo pela cadeia russa Vesti 24.
"Na minha opinião, já existem elementos sobre uma espécie de genocídio contra o povo da Ossétia do Sul. Creio que será justo que ordene um tribunal militar investigar tais incidentes, sobretudo porque a maioria da população da Ossétia do Sul são cidadãos russos", afirmou Putin.
"Seguramente, darei tal ordem", respondeu Medvedev, assegurando que os responsáveis por tais actos serão levados à justiça.
Após o seu regresso a Moscovo na madrugada de hoje, Vladimir Putin reuniu-se com Dmitri Medvedev para lhe dar conta da sua viagem a Vladikavkaz, capital da província russa da Ossétia do Norte, vizinha da república separatista georgiana da Ossétia do Sul, revelaram as agências russas.
A Geórgia iniciou na madrugada de quinta para sexta-feira uma ofensiva militar contra a república rebelde da Ossétia do Sul, apoiada por Moscovo, que enviou blindados e tropas em resposta à tentativa do governo de Tbilissi de reassumir o controlo da região, independente de facto desde a queda da URSS em 1991.
Segundo o governo rebelde, 1.600 pessoas foram mortas em Tskhinvali, a capital da Ossétia do Sul, enquanto o embaixador da Rússia em Tbilissi fala em "pelo menos 2.000 civis mortos".