Entre 2007 e 2010, os contratos de trabalho temporário voltaram a crescer em Portugal, revela um relatório da Organização Internacional do Trabalho (OIT) hoje divulgado.

Segundo o documento, em 2010, cerca de 18% dos empregados encontravam-se contratados a prazo, colocando o país em terceiro lugar, atrás da Polónia e da Espanha.

Entre 2007 e 2010, o trabalho temporário também cresceu na Alemanha, Canadá e Suíça, enquanto na Polónia e Espanha, apesar do crescimento do desemprego, continua acima dos 20%.

Desde o início da crise económica e financeira em 2008 que o trabalho temporário aumentou em cerca de 50% dos países desenvolvidos analisados neste relatório da OIT, acentuando um fenómeno que registou um crescimento constante ao longo dos últimos 20 anos.

"As taxas de crescimento destas formas não convencionais de emprego nas economias desenvolvidas poderão revelar alguma precariedade, isto é, trabalho involuntário a tempo parcial (part-time) ou temporário", pode ler-se no documento.

Segundo o relatório da OIT, cerca de 30% dos trabalhadores portugueses a tempo parcial exerciam a atividade de forma involuntária. No caso da Grécia, Itália e Espanha esse valor ronda os 50%. Em Espanha, por exemplo, em 2007 (antes da crise) ficava-se pelos 30%, sinal claro de uma maior precariedade nas relações laborais.