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Madrid rejeita comparações com Kosovo

O governo espanhol garante que a região dos Balcãs "nada tem a ver com a realidade espanhola", pois nesta o Estado funciona e não há "tensões étnicas ou religiosas de nenhum tipo".

O ministro da Defesa espanhol, José António Alonso, rejeitou hoje comparações entre a independência do Kosovo e aspirações de forças em algumas regiões espanholas, afirmando que a situação na zona dos Balcãs "nada tem a ver com a realidade espanhola".

"Espanha é o país mais antigo da Europa, tem uma sociedade civil completamente relacionada, sã, um Estado que funciona, uma boa Constituição e não tem tensões étnicas ou religiosas de nenhum tipo", afirmou.

Por isso, disse aos jornalistas em Ponferrada, próximo de Léon, que "Espanha é um dos países sem duvida alguma mais estáveis, não só da Europa, mas do mundo".

Alonso insistiu que ainda que "às vezes se produzam certas comparações que carecem de qualquer sentido do ponto de vista conceptual, intelectual e político, não tem sentido comparar os Balcãs com Espanha".

Comparações entre a declaração de independência do Kosovo e a situação em Espanha, (onde há movimentos independentistas na Catalunha, País Basco e Galiza) têm sido feitas por alguns dos críticos da decisão kosovar, incluindo o presidente russo, Vladimir Putin.

Nos últimos dias líderes políticas catalães e bascos reiteraram o seu apoio à declaração de independência do Kosovo tendo o Partido Nacionalista Basco (PNV) declarado mesmo que apresentará uma moção nesse sentido no parlamento.

Comentando a declaração em si, Alonso manifestou-se preocupado pela estabilidade na região dos Balcãs, "que estão no coração da Europa", reiterando que a "Espanha não é partidária de declarações unilaterais de independência".

Ainda assim considerou que este é um assunto que tem que ser tratado "pelo prisma da unidade da UE, que é o grande actor político, e porque esta é uma questão especificamente europeia".

Mariano Rajoy, líder do Partido Popular (PP), a maior força da oposição espanhola, manifestou-se hoje contrário à declaração unilateral de independência do Kosovo, pedindo ao governo espanhol que "esteja à altura das circunstâncias" neste assunto.