Atualidade / Arquivo

Isaltino admite "momento difícil" (vídeo)

Presidente da Câmara de Oeiras pediu aos jornalistas para respeitarem a sua "privacidade", depois de lhe ter sido recusado o recurso para impedir a sua condenação por corrupção passiva.
Isaltino na inauguração do conjunto escultórico alusivo aos 250 anos do concelho que deveria ter ocorrido há duas semanas, no dia em que foi detido
Tiago Petinga/Lusa

O presidente da Câmara de Oeiras, Isaltino Morais, que hoje viu recusado o recurso para impedir a sua condenação por corrupção passiva, admitiu estar a passar por um "momento difícil" e pediu aos jornalistas que respeitassem a sua privacidade.

Depois de mais de seis horas junto à Câmara de Oeiras a aguardar declarações de Isaltino Morais, os jornalistas só conseguiram obter declarações do autarca à margem da inauguração do conjunto escultórico alusivo aos 250 anos do concelho que deveria ter ocorrido há duas semanas, no dia em que foi detido.

"Este é um momento difícil para mim e peço que respeitem a minha privacidade", afirmou Isaltino Morais aos jornalistas que pediam uma reação sobre a decisão judicial.

O autarca, que recusou prestar declarações sobre o caso, disse ainda que a Câmara de Oeiras continua a funcionar com normalidade.

"Estou aqui para fazer uma inauguração que não pude fazer há duas semanas por estar impossibilitado fisicamente", concluiu.

Defesa vai estudar posição a tomar após "inesperada decisão"

Numa nota escrita entregue aos jornalistas ao início da tarde de hoje, Isaltino Morais informou que a sua defesa vai "estudar, nos prazos legalmente previstos, a fundamentação do acórdão para perceber uma decisão que foi inesperada".

De acordo com a decisão, a que a Agência Lusa teve acesso, os juízes do Tribunal Constitucional (TC) decidiram por unanimidade não julgar inconstitucional o artigo da lei que impede o julgamento por tribunal de júri dos crimes de participação económica em negócio, de corrupção passiva para ato ilícito e de abuso de poder quando são cometidos por um membro de um órgão representativo de autarquia local.

Sobre a inauguração do conjunto escultórico do autor Pedro Cabrita Reis alusivo ao legado de Marquês de Pombal e em comemoração dos 120 anos do município, Isaltino Morais disse tratar-se de uma "homenagem ao desenvolvimento do concelho de Oeiras".

No seu discurso, e respondendo a polémicas que têm surgido sobre os custos avultados das esculturas, Isaltino Morais esclareceu que a obra foi deliberada pelo Executivo em 2009, ano em que "houve maior taxa de realização da receita e, portanto, a crise ainda não tinha chegado".