O Hamas está a usar a figura do lendário rato Mickey para divulgar às crianças a supremacia islâmica. Num programa infantil da televisão Al-Aqsa, cuja emissora é controlada pelo grupo extremista, uma imitação do ícone americano incentiva à resistência armada e à morte do inimigo.
Nós, líderes de amanhã, vamos restaurar a glória da nação e libertar Jerusalém, queira Alá, libertar o Iraque e todos os países muçulmanos invadidos por assassinos, exulta a personagem 'Farfour', o rato Mickey do Hamas. A pequena apresentadora do programa, uma menina muçulmana chamada Saraa, acrescenta uma mensagem às outras crianças da sua idade: lembro-vos que nós, os melhores, criámos este programa para virmos a liderar o mundo.
Com um cenário colorido, próprio de um programa infantil de qualquer outro país, a figura do famoso rato continua a espalhar incentivos de ódio a Israel e aos Estados-Unidos. Este país, as suas crianças, os seus homens e as suas mulheres vão vencer. Vamos vencer Bush! Vamos vencer Olmert e Condoleeza.
Como se de uma militante adulta se tratasse, a pequena Saraa lembra ainda da existência de prisioneiros palestinianos: No dia da ressurreição, Alá vai-nos perguntar o que fizemos por eles.
Canções infantis sobre morteTal como em muitos programas infantis, as crianças podem ligar e expor as suas opiniões. Muhamad, de 12 anos, telefona para cantar. Com um ritmo de música para crianças, o menino entoa uma letra pouco própria para a sua idade. Jerusalém nós estamos a caminho, é tempo de morte, nunca nos vamos render ao inimigo.
Harwa, de 11 anos, segue o exemplo e também, em tom infantil, canta sobre a resistência armada: A solução é uma AK-47. Nós que conhecemos o medo vamos ser os predadores. Enquanto o menino canta, 'Farfour' dança e simula alegremente disparar contra os inimigos.
Uma organização israelita que monitoriza os media palestinianos, a Palestinian Media Watch, considera que a imitação de rato Mickey parece aproveitar "cada oportunidade para doutrinar jovens espectadores com ensinamentos da supremacia islâmica, ódio a Israel e aos Estados Unidos, e apoio à 'resistência', o eufemismo palestino para terror".
A emissora Al-Aqsa não se manifestou sobre estas acusações. Os estúdios Walt Disney também ainda não fizeram qualquer comentário sobre a utilização da sua personagem.