Esta tarde, em Odivelas, num salão apinhado de compradores, agentes imobiliários e curiosos, foi leiloada a pequena ilha do Rato, situada no estuário do Tejo.

Durante a semana, o imóvel "devoluto e livre de ónus ou encargos", propriedade de Ismael Duarte, um avaliador imobiliário e consultor financeiro, já havia sido licitado na página da Internet da leiloeira Oportunity.

A última oferta online tinha sido de €250 mil. E poucas horas antes do leilão ter início, já havia sido dada uma outra ordem de compra, via fax ou e-mail, de €260 mil.

Às 14h45, o 'speaker', Francisco Gallego, director-geral da leiloeira, abriu as hostilidades, tentando espicaçar a audiência, para que alguém na sala levantasse o braço e desse mais algum dinheiro pela ilha. Sem sucesso.

A licitação finalizou, em menos de dois minutos, tal como começara: nos €260 mil. O valor fica um pouco abaixo da expectativa de Francisco Gallego que esta semana havia dito à agência Lusa esperar obter uma venda "entre os 500 mil e um milhão de euros".

O comprador "preferiu manter a identidade confidencial", e nem sequer chegou a aparecer no local. "Ele tem agora um prazo até terça-feira para formalizar a compra pessoalmente", disse uma fonte da leiloeira.

Para além dos €260 mil, o misterioso comprador tem ainda de desembolsar mais 5% do valor (mais IVA), ou seja cerca de €15 mil, a comissão da leiloeira.

"Ismael Duarte fez um bom negócio. Sei que comprou a ilha, em 2001, por cerca de €100 mil", confidencia uma fonte do meio imobiliário.

Há três semanas, quando o Expresso, revelou em primeira mão, que a ilha ia ser posta à venda, em leilão, Ismael Duarte recusou-se a revelar o valor da compra da propriedade de cinco hectares (os restante cinco são do domínio público) ao Grupo Invictus.

"Conheci a ilha em 2001 e foi como um amor á primeira vista, e passou a fazer parte da estratégia de Investimentos imobiliários, como oportunidade de negócios com perspectiva de desenvolvimento de um projecto auto-sustentável", confidenciou o engenheiro civil.

A ilha é desabitada, tem formação arenosa dunar, vegetação rasteira, uma construção em ruínas e possibilita uma vista para o Barreiro, Montijo

e Moita.    

No Verão, são usuais as excursões de barco de moradores da margem sul para irem tomar banho, acampar ou fazer churrascos na areia.