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Família de Cho Seung-hui está destroçada

Numa breve declaração a irmã do atirador revela a dor que todos atravessam e dá o apoio possível aos familiares dos mortos.

Cho Sun-Kyung, a irmã mais velha do sul coreano que assassinou 32 pessoas na passada segunda-feira, aproveitou o dia de luto no estado da Virgínia para juntar a dor da sua família às daqueles que perderam os entes queridos no maior massacre escolar na história dos EUA.

A declaração - a primeira desde o tiroteio -, feita em seu nome e em nome da família, foi cedida aos orgãos de comunicação pelo advogado, Wade Smith. No documento podia ler-se que estavam “em estado de choque e a viver um pesadelo” e questionavam-se: “Como é que nunca conseguimos perceber que ele era capaz de tanta violência”.

A rapariga, licenciada em 2004 na prestigiada universidade de Princeton, deixou um pedido de desculpa, “lamentamos profundamente os actos inqualificáveis do meu irmão. É uma tragédia para todos nós” e garantiu que as suas preces estarão “com as famílias dos que estão a passar por todo este sofrimento”.

Smith confirmou que nem ele nem os seus clientes iriam responder a qualquer tipo de questões.

Investigações vão continuar

A família sul coreana chegou aos EUA em 1992, quando Cho tinha apenas 8 anos e radicaram-se nos arredores de Washington, onde viviam num bairro de classe média e exploravam uma lavandaria.

Neste momento e sem ainda terem solicitado qualquer protecção policial, acredita-se estarem a viver com familiares, depois de terem abandonado a residência na sequência dos assassinatos.

Quase uma semana após o massacre e embora a policia garanta estar a fazer “grandes progressos”, são muitas as perguntas por responder.

Um painel independente composto por seis pessoas vai tentar trazer luz a algumas dessas dúvidas. A equipa procederá a várias investigações para avaliar se a resposta dada pelas autoridades foi a melhor, ou porque é que o internamento de Cho numa unidade psiquiátrica em 2005 foi ignorado pelas autoridades escolares. 

Corine Geller, porta-voz da polícia, declarou à Associated Press, ter esperança que “os investigadores possam ter novidades já na próxima semana”.

Columbine foi há oito anos

Ás 12 horas locais (16 em Lisboa) foi respeitado um minuto de silêncio em todo o estado da Virgínia e foram organizadas várias vigílias por todo o país.

Na Universidade Virgínia Tech os sinos dobraram em honra dos desaparecidos e na capital do estado, Richmond, a cerimónia contou com a presença do governador, Timothy Kaine.

Em Seul, capital da Coreia do Sul, juntaram-se milhares de pessoas numa imensa demonstração de pesar. Na multidão destacavam-se muitos veteranos da guerra da Coreia, que nos anos 50 lutaram ao lado das tropas americanas.

O destino quis que esta data coincidisse com o dia do massacre de Columbine, há precisamente 8 anos. Nessa altura foram mortas 13 pessoas e o desfecho foi o mesmo: o suicídio dos assassinos.

Em Israel teve lugar o funeral de Liviu Libresc, o professor de matemática de origem romena que sobreviveu a um campo de concentração nazi e acabou por morrer às mãos de outro tresloucado, quando bloqueava a porta da sala de aula na tentativa de salvar a vida dos seus alunos.