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Detidos nos desacatos saíram em liberdade

Os dois jovens detidos na sequência do tiroteio em Loures foram hoje ouvidos em tribunal e saíram em liberdade com termo de identidade e residência. Já o CDS quer ouvir Rui Pereira no Parlamento. (Veja o vídeo com as imagens exclusivas da SIC sobre o incidente dentro do texto)

Os dois jovens detidos na sequência dos desacatos de sexta-feira no Bairro da Quinta da Fonte (Loures) saíram hoje em liberdade com termo de identidade e residência depois de ouvidos durante duas horas no Tribunal de Loures.

Indiciados por posse ilegal de arma e participação em motim, os dois detidos, de 23 anos, terão que se apresentar duas vezes por semana na esquadra de Loures.

Os jovens passaram a noite na esquadra da PSP de Sacavém e hoje foram ouvidos em tribunal entre as 12 e as 14 horas e no final escusaram-se a prestar declarações aos jornalistas.

Cinquenta indivíduos envolveram-se sexta-feira, pela segunda vez em menos de 24 horas, num desacato com armas de fogo no Bairro da Quinta da Fonte, freguesia da Apelação.

A PSP, segundo o Comando Metropolitano de Lisboa, foi alertada para os desacatos pelas 14 horas e conseguiu cessar os disparos efectuados por dois grupos.

Dois homens foram detidos, tendo sido apreendidas munições de calibre variado, dezenas de cartuchos, três espingardas caçadeira e duas pistolas automáticas.

Na quinta-feira, uma rixa de origem desconhecida entre dois grupos no mesmo bairro causou nove feridos ligeiros e estragos em várias viaturas, de acordo com o Comando Metropolitano de Lisboa da PSP.

Os feridos foram transportados para os Hospitais de São José, Santa Maria, Dona Estefânia e Curry Cabral, todos na cidade de Lisboa.

O líder do CDS-PP considerou hoje "inaceitáveis" os confrontos sexta-feira na Quinta da Fonte, Loures, que fazem "lembrar Beirute".

"O Estado não pode trair a polícia", afirmou hoje Paulo Portas, depois de uma visita à esquadra da PSP em Rio de Mouro, Sintra, que, garantiu, foi marcada antes dos acontecimentos em Loures, em que dois grupos de indivíduos se envolveram em confrontos armados.

Não são "aceitáveis imagens em Portugal que nos fazem lembrar Beirute", afirmou o presidente do CDS-PP, partido que vai chamar ao Parlamento o ministro da Administração Interna, Rui Pereira. Reclamando ser o líder partidário que tem na sua agenda visitas periódicas a esquadras da PSP e GNR, Paulo Portas afirmou que não tem "complexos em defender as forças de segurança" e criticou "as políticas de segurança erradas há muitos anos".

"A polícia não pode arriscar a vida para ir prender um criminoso para, no dia seguinte, ser solto", como aconteceu com um recente caso de 'carjacking'", afirmou o líder do CDS-PP aos jornalistas depois de ter estado reunido com a subintendente da PSP de Rio de Mouro Anabela Alferes.

A bancada do CDS vai usar um agendamento potestativo (obrigatório) para que o ministro Rui Pereira vá à comissão parlamentar de Assuntos Constitucionais dar explicações sobre a situação geral da segurança, incluindo o reforço de meios das polícias.

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