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Comunidade internacional condena ataques

"Estamos perante uma acção cobarde que não faz senão reforçar a nossa determinação na erradicação do terrorismo e na construção de um mundo de paz, liberdade e tolerância", lê-se na mensagem de Cavaco Silva.

A comunidade internacional reagiu hoje com indignação e forte condenação à série de ataques e explosões de quarta-feira em Bombaim, capital económica da Índia, que fizeram mais de 100 mortos e centenas de feridos.

Em Portugal, o presidente da República manifestou a sua "enérgica condenação e repúdio" pelas "acções cobardes" perpetradas em Bombaim, numa mensagem de condolências enviada à sua homóloga indiana.

"Estamos perante uma acção cobarde que não faz senão reforçar a nossa determinação na erradicação do terrorismo e na construção de um mundo de paz, liberdade e tolerância", lê-se na mensagem do presidente.

O governo português, por seu lado, condenou "com firmeza" a série de "ataques terroristas violentos e injustificáveis", numa mensagem de condolências enviada pelo ministro dos Negócios Estrangeiros português, Luís Amado, ao seu homólogo indiano, Shri Pranab Mukherjee.

Na mensagem, Luís Amado manifesta "sentidas condolências às famílias das vítimas e a toda a nação indiana" e "reitera o inequívoco apoio de Portugal à luta contra todas as formas de terrorismo".

Para a Rússia, "os crimes monstruosos dos terroristas em Bombaim provocam raiva, indignação e uma condenação total".

"Os desumanos ataques terroristas contra hospitais, hotéis e outros locais públicos com o objectivo de assassinar civis e tomar reféns são crimes contra as bases de uma sociedade civilizada", declarou o presidente russo, Dmitri Medvedev. Os responsáveis por tais ataques "devem ser punidos com a maior severidade", acrescentou.

Na China, o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros, Qin Gang, anunciou que Pequim "condena com firmeza a série de ataques em Bombaim" e que "se opõe a todas as formas de ataques terroristas".

Os Estados Unidos, segundo a porta-voz da Casa Branca, Dana Perino, "condenam estes actos de terrorismo" e "estão ao lado do povo indiano neste momento dramático".

"O governo norte-americano está pronto para ajudar o governo indiano", disse a porta-voz, depois de uma reunião do conselho de segurança nacional, órgão consultivo do presidente norte-americano em questões de segurança.

O presidente eleito Barack Obama também condenou os ataques e defendeu um reforço da cooperação entre os Estados Unidos e a Índia para "localizar e destruir as redes terroristas", segundo disseram elementos da sua equipa de transição.

"Estes atentados coordenados contra vítimas civis inocentes demonstram quão grave e urgente é a ameaça do terrorismo", disse Brooke Anderson, porta-voz de Obama para a segurança nacional.

No Reino Unido, o primeiro-ministro, Gordon Brown, afirmou que "os bárbaros ataques" de Bombaim exigem "uma resposta enérgica" e assegurou que o seu país "está firmemente ao lado do governo (indiano) e se disponibilizou para dar toda a ajuda necessária".

A União Europeia (UE) manifestou o seu "horror e indignação" com "os actos terroristas" de quarta-feira, segundo um comunicado da presidência francesa da UE.

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, condenou igualmente a série de ataques e pediu que os responsáveis sejam castigados. "Este nível de violência é completamente inaceitável", disse.

O Paquistão, que em diferentes ocasiões foi acusado pela Índia de cumplicidade com actos terroristas em território indiano, condenou também os ataques e apelou para uma conjugação de esforços contra o terrorismo.

"O terrorismo é uma ameaça à humanidade e a humanidade deve unir esforços na luta contra este flagelo", declarou o ministro dos Negócios Estrangeiros paquistanês, Shah Mehmood Qureshi, num comunicado.

Para o Japão, "este tipo de ataque terrorista é imperdoável, extremamente bárbaro e cruel". "Estamos ao lado do povo indiano contra o terrorismo", declarou o primeiro-ministro, Taro Aso.

O Vaticano condenou igualmente os ataques, que classificou de "trágicos e assustadores" e considerou que "atingem a comunidade internacional no seu conjunto".

Israel considerou estes atentados como "uma prova adicional e dolorosa de que a ameaça terrorista é a maior ameaça com que Israel e a comunidade internacional se confrontam".

Os Emirados Árabes Unidos criticaram "o crime ignóbil e horrível" e manifestaram a sua "total solidariedade" para com as autoridades indianas, tal como o Kuwait, que sublinhou a sua "solidariedade com o governo indiano".

O Canadá, a Austrália, a Nova Zelândia e as Filipinas condenaram igualmente os "terríveis atentados".

Bombaim, grande metrópole do oeste da Índia e capital económica do país, foi cenário quarta-feira de uma série de atentados coordenados perpetrados por elementos fortemente armados que atacaram dois hotéis de luxo e outros oito alvos, entre os quais uma estação central e um hospital.

Os ataques foram reivindicados por um grupo islâmico que se intitulou "mujaedines do Deccan".

Até ao momento, o balanço de vítimas está nos 101 mortos, segundo as autoridades, e cerca de 300 feridos, segundo os órgãos de informação. Pelo menos quatro estrangeiros estão entre os mortos: um japonês, um australiano, um britânico e um italiano.

As forças de segurança mantinham hoje o cerco a dois hotéis onde os radicais islâmicos mantêm reféns cidadãos estrangeiros.