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Barack Obama desembarca na Normandia

Os restos mortais de milhares de combatentes americanos da II Guerra Mundial continuam por encontrar. Amanhã, o Presidente norte-americano presta homenagem a esses heróis. 

Ricardo Lourenço, correspondente nos EUA

Perto da praia de Omaha, na costa da Normandia, situa-se o cemitério americano e o memorial aos soldados desaparecidos. Mais de 70 mil corpos de combatentes da II Guerra continuam por recuperar. Amanhã, Barack Obama estará naquele local para lhes prestar homenagem, no âmbito das celebrações do 65º aniversário do 'Dia D', data que assinala a maior operação militar anfíbia da história - o arranque para a vitória aliada sobre o regime nazi.

A procura dos restos mortais desses militares prossegue ainda hoje. Detectives privados encarregam-se de grande parte dela. No passado mês de Janeiro, o Pentágono anunciou a descoberta de ossadas de dois soldados americanos graças a uma pista investigada por agentes locais.

"Apenas quatro das 66 pessoas do Pentágono que investigam os casos de desaparecidos em combate dedicam-se à II Guerra", lamenta Lisa Philips, presidente da organização Famílias para o Regresso dos Desaparecidos da Segunda Guerra Mundial.

O tio-avô do Presidente americano estará presente na cerimónia de amanhã. Charlie Payne é um veterano de 84 anos que combateu na Alemanha, onde ajudou a libertar o campo de concentração de Buchenwald - e não Auschwitz, como por engano o então candidato democrata referiu durante a campanha presidencial.

Stanley Dunham, o avô materno de Obama, também foi combatente, um dos milhares que atravessou o canal da Mancha, a 5 de Junho de 1944. Sobreviveu para contar a história ao neto, mas não o tempo suficiente para o ver a fazer história. Morreu há 17 anos. "Por vezes, lembro-me dele, e do jovem corajoso que aos 23 anos decidiu alistar-se", recorda o chefe de Estado.

Mais de sete mil convidados oficiais participam nas celebrações. Além do anfitrião, o Presidente francês Nicolas Sarkozy, também o príncipe Carlos de Inglaterra marca presença, depois de um incidente diplomático entre Londres e Paris.

Aparentemente, ninguém da família real britânica fora convidado para o evento. Obama ajudou a resolver o mal-entendido. "Estamos a trabalhar com as pessoas de direito para que isso seja possível", esclarecia o secretário de Imprensa da Casa Branca, na semana passada, a propósito de pressões do Presidente americano para que a Rainha fosse convidada. Em seu lugar, vem o filho.