O território independentista da Abcázia anunciou hoje a expulsão das tropas georgianas do desfiladeiro de Kodori, a única zona do território que é controlada pela Geórgia, e reclamou a independência daquela zona e da Ossétia do Sul.
"Unidades das Forças Armadas da Abcázia concluíram a operação para expulsar o exército e outras forças militares da Geórgia da parte alta do desfiladeiro de Kodori", afirmou Kristian Bzhaniz, porta-voz do líder da Abcázia, Serguéi Bagapsh.
As forças da Abcázia já "saíram da fronteira com a Geórgia", terminando, assim, a ofensiva lançada esta manhã, durante a qual "não se registaram vítimas", acrescentou Kristian Bzhaniz, citado pela agência russa Interfax, sem precisar se existiram vítimas do lado georgiano.
A ofensiva da Abcázia para expulsar os soldados georgianos do alto do desfiladeiro de Kodori teve início esta madrugada, com o recurso à aviação e a artilharia pesada, depois dos georgianos não terem aproveitado o corredor aberto na véspera para retirar os civis da zona.
A Rússia criou na segunda-feira uma força de choque, com nove mil soldados, para prevenir um ataque da Geórgia contra o território independentista da Abcázia, apesar dos separatistas terem garantindo que os militares russos não participaram na ofensiva de Kodori.
Por outro lado, o chefe da diplomacia da Abcázia, Serguéi Shamba declarou que a comunidade mundial deve reconhecer a independência do território, tal como da Ossétia do Sul.
"Os povos da Ossétia do Sul e da Abcázia já decidiram o seu estatuto como Estados independentes. A nossa convivência num só Estado (Geórgia) é impossível, principalmente depois do genocídio do povo em Tsjinvali", referiu o chefe da diplomacia, citado pela agência russa Interfax.
Os Estados Unidos pretendem anular as próximas manobras conjuntas da Organização do Tratado do Atlântico Norte(NATO)/Rússia, devido à operação militar russa na Geórgia, revelaram dois altos responsáveis norte-americanos.
Questionado sobre as manobras comuns NATO/Rússia que devem começar no fim-de-semana, um desses dois altos responsáveis, que falou sob condição de conservar o anonimato, disse: "Estamos em vias de discutir isso".
"Deixe-nos discutir isso com os outros participantes mas creio poder afirmar que é difícil imaginar que isso possa ser frutuoso neste momento", acrescentou.
Os mesmos responsáveis parecem pôr em causa o processo de adesão da Rússia a várias organizações internacionais, como a Organização Mundial do Comércio (OMC), a Organização de Cooperação e Desenvolvimento Económicos e o grupo de países mais industrializados G-8.