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Acro Clube da Maia, a fábrica de campeões que aproveita o “insucesso permanente”: “Ainda bem que há insucesso. Só aí é que crescemos”

A história do Acro Clube da Maia começou há quase 20 anos, quando meia centena de ginastas, regressados de um Campeonato do Mundo, ficaram sem instalações e começaram a treinar num jardim público da cidade. Essa foi a semente de um clube habituado a colher medalhas nas mais importantes competições de ginástica acrobática. Ali, na “segunda casa” de quase 400 ginastas, todos “choram juntos, celebram juntos e fazem disparates juntos”

DIOGO BAPTISTA/NFACTOS

“Já começamos a sentir aquela ansiedade por estar quase aí”, admitem Beatriz Carneiro e Yasmin Rodrigues, atletas do Acro Clube da Maia que vão representar Portugal no Campeonato Europeu de Ginástica Acrobática, disputado entre 12 e 15 de outubro em Varna, na Bulgária. “É a competição mais importante que temos este ano”, dizem ao Expresso. A jovem dupla treina junta há um ano, de segunda a sábado, cinco horas por dia.

“Passamos tantas horas juntos que somos quase uma família. Passo mais horas aqui do que com a minha família”, atira, entre risos, Beatriz Carneiro, que entrou para o clube maiato com apenas 10 anos. Atualmente com 22, já se sagrou campeã do mundo e conquistou a medalha de prata nos World Games. “As conquistas trazem sempre mais pressão, mas queremos alcançar esses objetivos por nós e não pelas expectativas que os outros nos tentam impor”, afirma a atleta. “Temos de conhecer bem a personalidade uma da outra e ter confiança uma na outra. Isso é muito importante”, frisa a ginasta Yasmin Rodrigues que, com apenas 15 anos, já se sagrou campeã europeia.