“Acho que a música, para que exista, deve estar num formato físico”, defende Jaume Ivars Ibañez, da editora ‘Polze de la Morte’ que “só grava em cassete e é bastante conhecida em Espanha por isso”. O espanhol deslocou-se de propósito à Maia para levantar uma encomenda de cerca de 100 cópias – “edições de bandas valencianas dos anos 1980” – e aproveitou para conhecer a Edisco, a única fábrica na Península Ibérica que ainda produz cassetes e da qual é cliente há cerca de dez anos. “São muito sérios, trabalham muito rápido e a qualidade é excelente”, destaca Jaume, para quem ainda há público para este formato analógico. “É muito underground, mas existe. Há muita gente a querer recuperar estes formatos mais antigos. Temos gente de 16 anos que nos compra cassetes, assim como temos pessoas com 60 que toda a vida usaram cassetes e não deixaram de o fazer”, conta ao Expresso.
Exclusivo
O lado B da Edisco, a última fábrica de cassetes da Península Ibérica: “Diziam que estávamos mortos, mas há um novo boom”
“Nunca pensei que fosse a cassete a reerguer a empresa, como uma fénix renascida das cinzas”, diz Armando Cerqueira, gerente da Edisco, a fábrica da Maia que no ano passado produziu mais de 200 mil cópias. Os artistas de metal, punk, indie ou noise são os principais clientes e as exportações representam mais de 70% do volume de negócios