Pedro nunca tinha pregado um prego, menos ainda trabalhado a madeira. Tem 32 anos e há seis na empresa e há dois na oficina de tanoaria da Symington, instalada num dos armazéns da Cockburn’s, em Vila Nova de Gaia. Em “quatro ou cinco meses” aprendeu a reparar as grandes pipas que ali chegam vendo os outros, seguindo-lhes os gestos e os ensinamentos. Hoje é um dos sete tanoeiros da oficina, que se dedicam a reparar as velhas pipas do vinho do Porto.
Os contentores do ilustre vinho que aqui chegam têm entre 65 e 70 anos, mas há também há exemplares centenários. A madeira, impregnada de vinho, cores e odores, é matéria-prima para futuros lotes e as reparações são feitas com madeiras usadas, também. Eis a excelência da tanoaria: trabalhar a madeira antiga, escutando-lhe a respiração.