Exclusivo

Expresso 50 anos

Kenneth Rogoff, professor na Universidade de Harvard: “Os mercados financeiros esperam ser sempre resgatados”

O ex-economista chefe do Fundo Monetário Internacional (FMI) e especialista em crises financeiras Kenneth Rogoff considera que a grande lição do colapso do Lehman Brothers em 2008 é que, sempre que há sinais de problemas sistémicos, os resgates acabam por acontecer. Vimo-lo este ano

Dursun Aydemir/Anadolu Agency via Getty Images

Apesar de o Lehman ter sido abandonado à sua sorte, a regra que o mundo financeiro memorizou da crise de 2008 é que haverá sempre resgate “se houver o menor indício de que o problema é sistémico”, diz o académico, coautor de “Desta vez é diferente” (um título irónico), a história mais completa das crises financeiras ao longo de oito séculos, publicada em 2009. Kenneth Ro­goff refere que a regra voltou a aplicar-se nos EUA com a crise bancária de março passado, que envolveu cinco bancos, entre eles o Silicon Valley Bank e o First Republic.

O resgate do Bear Stearns, logo em março, foi correto?

Na altura, o Tesouro e a Reserva Federal (Fed) ainda estavam em estado de negação sobre a profundidade do problema em curso. Apesar de terem resgatado só os credores — e não os acionistas, que perderam tudo —, Henry Paulson e Ben Bernanke pensavam que estavam a enviar um sinal aos mercados de que era preciso acabar com a especulação, senão podiam ter a certeza de que no próximo caso deixa­riam falir o banco.

Este é um artigo do semanário Expresso. Clique AQUI para continuar a ler.