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PRR aprovou 446 milhões de euros para o distrito de Setúbal

A Península de Setúbal – que se emancipou da Grande Lisboa devido à falta de fundos comunitários – já obteve mais verbas do Plano de Recuperação e Resiliência do que em todo o Portugal 2020

Casa Palmela/Setúbal Bay

As famílias, empresas, autarcas e demais promotores dos investimentos públicos e privados dos diferentes concelhos do distrito de Setúbal já viram aprovados apoios no montante de 446 milhões de euros de apoios no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR)

Segundo o Portal Mais Transparência, 61 milhões de euros já foram injetados no distrito à data deste balanço até 29 de agosto de 2023.

Os concelhos de Setúbal, Seixal, Almada, Sines e Barreiro respondem por mais de três quartos dos fundos aprovados e pagos neste distrito.

À exceção de Alcácer do Sal, todos os concelhos deste distrito já receberam os primeiros milhões de euros da ‘bazuca’ europeia.

O contador está em constante atualização, subindo à medida que mais projetos são aprovados, adiantamentos processados e investimentos concretizados no terreno.

Em particular, a Península de Setúbal já viu aprovados mais fundos no PRR que arrancou em 2021 (375 milhões de euros) do que em todo o quadro comunitário Portugal 2020 que arrancou em 2014 (366 milhões de euros). Quem está a puxar pelos fundos da 'bazuca' são os concelhos de Setúbal e Seixal.

Note-se que os concelhos da Península de Setúbal não tiveram acesso a tantos fundos do Portugal 2020 como as regiões do Norte, Centro ou Alentejo. Não beneficiam dos apoios destinados às regiões mais pobres da União Europeia porque têm estado integrados na região mais desenvolvida do país: a Área Metropolitana de Lisboa.

Contudo, após anos de reivindicações da Península de Setúbal, foi recentemente tomada a decisão política de emancipar a Península de Setúbal da Grande Lisboa para potenciar o acesso desta nova região aos fundos comunitários. O impacto não chegará já no Portugal 2030. Só será tido em consideração nas negociações do novo quadro comunitário que arrancará em 2028.

Sucede que, ao contrário dos fundos comunitários do Portugal 2020 ou do Portugal 2030, os fundos extraordinários do PRR não privilegiam as regiões mais pobres face às mais ricas. Daí que a ‘bazuca’ europeia seja uma oportunidade particularmente interessante para as empresas, famílias, autarquias e demais promotores públicos e privados da Península de Setúbal.

Maiores projetos do PRR por concelho

O concelho de Setúbal já viu aprovados 183 milhões de euros no âmbito do PRR. No topo da lista estão grandes projetos públicos e privados. O destaque vai para o investimento municipal na habitação e para a descarbonização industrial liderada pelos grupos empresariais Navigator e Secil.

Com mais de 40 milhões de euros aprovados pelo PRR seguem-se Seixal (49 milhões de euros) e Almada (43 milhões de euros).

No concelho do Seixal, o maior apoio foi para o projeto “Future4Steel”, que pretende posicionar a Siderurgia Nacional na vanguarda internacional do sector siderúrgico em matéria de descarbonização e sustentabilidade ambiental.

Em Almada, lidera o investimento municipal nas comunidades desfavorecidas, com destaque para a chamada operação integrada local prevista para a área da Caparica/Trafaria.

O PRR também já aprovou 36 milhões de euros a Sines e 32 milhões de euros ao Barreiro.

No concelho de Sines, a lista é encabeçada pela central de hidrogénio Hevo Indústria, a cargo da Fusion Fuel Portugal.

No Barreiro, lidera o investimento municipal nas comunidades desfavorecidas, com destaque para a “operação integrada local” prevista para a União de Freguesias de Alto do Seixalinho, Santo André e Verderena.

Com mais de 20 milhões de euros aprovados pelo PRR surgem Santiago do Cacém (26 milhões de euros) e Palmela (23 milhões de euros).

No concelho de Santiago do Cacém, estão contabilizados múltiplos investimentos a cargo da Unidade Local de Saúde do Litoral Alentejano.

Em Palmela, lidera o investimento municipal nas comunidades desfavorecidas, com destaque para a operação integrada local prevista para a União de Freguesias Poceirão Marateca.

O grupo seguinte inclui Alcochete (8,6 milhões de euros), Sesimbra (9,9 milhões de euros), Montijo (12,8 milhões de euros) e Moita (13,6 milhões de euros). Em todos estes concelhos lideram os tais investimentos municipais nas comunidades desfavorecidas, através das operações integradas locais financiadas pela ‘bazuca’ europeia.

O PRR aprovou ainda 7,7 milhões de euros no concelho de Grândola. O destaque vai para a participação da empresa Lauak na Agenda de Inovação do PRR destinada a reforçar o posicionamento de Portugal na cadeia de valor aeronáutica.

No fim desta tabela do PRR, surge o concelho de Alcácer do Sal, ainda na casa dos 800 mil euros aprovados.