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PRR já injetou €9,7 milhões no distrito de Beja. Barrancos só recebeu €5 mil

Plano de Recuperação e Resiliência aprovou 67 milhões de euros ao Baixo Alentejo. Barrancos é o concelho do continente que menos recebeu da ‘bazuca’ europeia. Menos só nas Lajes das Flores, nos Açores

José Fernandes

O distrito de Beja já viu aprovados 67,2 milhões de euros no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), entre apoios às famílias, às empresas, às autarquias e aos demais promotores dos projetos de investimento públicos e privados.

À data de 27 de julho, a Estrutura de Missão Recuperar Portugal - entidade que coordena o PRR – contabilizava 9,7 milhões de pagamentos aos beneficiários deste distrito do Baixo Alentejo.

Para já, a capital do distrito responde por três quartos dos fundos aprovados e por mais de metade dos fundos pagos pelo PRR.

Somando todos os apoios já pagos aos beneficiários públicos e privados, o concelho de Beja recebeu mais de cinco milhões de euros e o de Odemira acima de um milhão de euros. Nenhum dos restantes concelhos passou da barreira do meio milhão de euros.

Em Barrancos, os primeiros pagamentos ficam-se pelos cinco mil euros, sobretudo para famílias que concorreram aos apoios à eficiência energética dos edifícios residenciais.

Segundo o Portal Mais Transparência, este é o concelho que menos fundos recebeu da ‘bazuca’ europeia no continente. Só Lajes das Flores, na região autónoma dos Açores, regista menos pagamentos até à data.

Mas o contador do PRR está em permanente atualização. Vai subindo à medida que os projetos são aprovados, que os pagamentos são processados e que os investimentos são executados no terreno pelos diferentes beneficiários da ‘bazuca’ europeia, público e privados.

Maiores projetos aprovados

O concelho de Beja viu aprovados 50,7 milhões de euros do PRR em benefício deste e dos restantes concelhos deste distrito. É o caso da residência de estudantes, a cargo do Instituto Politécnico de Beja; da requalificação da zona de acolhimento empresarial Norte, a cargo do município; e da reabilitação do Museu Regional de Beja, a cargo da Direção Regional de Cultura do Alentejo.

Odemira contabiliza 4,4 milhões de euros aprovados pelo PRR. Metade deve-se à participação da Vitacress Portugal, S.A. na Agenda VIIAFOOD, um consórcio empresarial que visa promover a transformação estrutural do setor agroalimentar. Já a Vidigueira vai em 1,8 milhões de euros, com o impulso da Hijiffy, S.A., que integra a Agenda do PRR para o turismo.

Alvito soma 2,7 milhões de euros aprovados pelo PRR, sobretudo para investir em centros tecnológicos especializados. E Moura 1,7 milhões, com destaque para a renovação do polo de inovação de Moura, a cargo da Direção Regional de Agricultura e Pescas do Alentejo.

Segue-se Serpa, com 1,2 milhões de euros aprovados pelo PRR. A Queijaria Guilherme responde pelo maior projeto, de integração de soluções energéticas sustentáveis na produção de laticínios.

Barrancos viu aprovados acima de 900 mil euros do PRR, sobretudo para o investimento na Loja do Cidadão, a cargo do município. Mértola está perto dos 800 mil euros, com destaque para o projeto de transição digital “Mértol@ com gosto”, dinamizado pelo município.

Cuba vai na casa dos 700 mil euros, sendo o maior projeto a instalação de um sistema fotovoltaico pela Casa Agrícola Monte do Pasto.

Ourique, Almodôvar, Castro Verde e Aljustrel viram aprovados, cada um, cerca de meio milhão de euros. Nos três primeiros concelhos, o maior apoio foi aos veículos elétricos da Santa Casa da Misericórdia, fundações ou lares que prestam serviço à comunidade. Em Aljustrel, o maior projeto é na descarbonização industrial da Berrapack, Lda.

Só Ferreira do Alentejo regista abaixo de 250 mil euros aprovados pelo PRR. O destaque vai para a melhoria do desempenho energético da Sociedade Industrial e Comercial de Azeites de Alfundão.