Dizia o escritor William Faulkner que o passado nunca está morto nem enterrado. Em Espanha, a julgar pelo furor que os 40 anos de ditadura de Francisco Franco continuam a suscitar, tem-se a impressão de que o passado está mais vivo do que muitos desejariam.
O Governo de Pedro Sánchez decidiu, no passado dia 23 de abril, desclassificar três documentos secretos que refletem a inquietude e o receio gerados pela queda da ditadura portuguesa na esfera próxima de Franco. São, em concreto, dois telegramas enviados pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros espanhol a 26 e 28 de abril de 1974 para a sua embaixada em Lisboa; e a resposta da missão diplomática, um mês depois.